A mostra Jovem Negro Vivo, organizada pela Anistia Internacional com o apoio da Conectas, Mães de Maio e outras organizações preocupadas com o tema da Segurança Pública e da juventude, ocupa até o dia 22 de outubro o espaço da Matilha Cultural. A programação especial conta com a exibição de filmes, debates e a reunião de casos emblemáticos de abuso de poder, violência e pré julgamentos baseados na cor.
Nas paredes, algumas das histórias da Zona Norte do Rio de Janeiro. Pedro Ivo de 19 anos que convida o colega para ir a igreja. Eduardo Jesus, 10 anos, morto com um tiro de fuzil enquanto brincava, e tantos outros que sem nome se tornaram partes de uma estatística sanguinolenta.
Infográficos do Mapa da Violência trazem a luz a taxa de crescimento de 32,4% no que se refere ao homícidio de jovens negros, enquanto a de brancos da mesma faixa etária, que sempre teve histórico muito inferior, diminuiu na mesma medida. A brutalidade dos números também aparecem entre as regiões do Brasil, na qual Maceió lidera com 218 mortes para 100 mil habitantes, seguido por João Pessoa (177,8), Fortaleza (176,6) e Vitória (140,7).
Em meio aos murais, vídeos, e marcas mais profundas e vastas do que deveriam existir a essa altura da evolução, todo tempo a mostra parece questionar: quanto tempo resisti uma ideia? E logo seguida, responde com uma verdade inconveniente: infelizmente muitos milênios.
A Matilha Cultural é um centro de cultura independente na região central da cidade de São Paulo com pouco mais de cinco anos de existência e que tem o intuito de provocar debates políticos e promover apoio a movimentos artísticos independentes.
+ MOSTRA JOVEM NEGRO VIVO
Onde: Matilha Cultural (Rua Rêgo Freitas, 542 – Próximo a Estação República)
Quando: de 22 de setembro a 22 de outubro
Quanto: Entrada Franca